Profª Fabiane Lima
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Tonico e Tinoco: "Rei do Gado" (1984)
Bruno e Barretto: "Eu quero é rolo" (2017)
Em fins do século XIX, as mudanças causadas pela Revolução Industrial provocaram alterações sem precedentes na forma como as pessoas se relacionavam com a cultura:
Antigamente, desfrutar de algumas manifestações culturais exigia a superação de algumas barreiras:
Popular: manifestada no povo, retrata seu cotidiano, dramas e aventuras.
De massa: produzida em larga escala, voltada ao consumo.
"Culture today is infecting everything with sameness"— Ideia de que a subversão não seria mais possível
(ADORNO e HORKHEIMER, 1972)
Sociologia e Literatura: Indústria cultural
Em grupos, criem uma sinopse para uma possível série do Netflix.
Usado para designar o mau gosto artístico e produções de qualidade inferior, com conteúdo considerado sentimental e dramático, exagerado, popular, questionável. Ocorre no design, arquitetura, cinema, música, etc.
"O kitsch é essencialmente democrático: é a arte do aceitável, aquilo que não choca nosso espírito por uma transcendência fora da vida cotidiana, nem por um esforço que nos ultrapassa [...] O kitsch está ao alcance do homem, ao passo que a arte está fora de seu alcance, o kitsch dilui a originalidade em medida suficiente para que seja aceita por todos."(MOLES, 1994. p.32)
Aparece no vocabulário dos artistas e colecionadores de arte em Munique (entre 1860 e 1870), com base em kitschen, atravancar, e verkitschen, trapacear (vender outra coisa no lugar do objeto combinado).
Romantismo: ênfase na expressão dos sentimentos e das emoções; na literatura toma forma do melodrama.
A pujança do kitsch coincide com a expansão do mercado e a emergência da sociedade de massa que impõem normas à produção artística ditadas pela difusão e possibilidades de aquisição de produtos artísticos — de modo geral, reproduções e cópias - em função dos baixos preços. (MOLES, 1994)
O kitsch nos convida a uma discussão sobre a relação entre “o ser e as coisas, um novo sistema estético ligado à emergência da classe média, e da civilização de massa que somente reforça os traços dessa classe.”(MOLES, 1994. p.29)
Uma construção em comparação com o modernismo, com o racionalismo e com a ideia de função. O kitsch está presente no cotidiano, que faz parte de nossas criações e expressões; é mais amplo e escapa às classificações fundamentadas no gosto.
Kitsch é a antítese do modernismo e da vanguarda moderna: fundamento na noção de gosto, que remete à noção de classe, status, arte popular e de elite.
“O funcionalismo constitui-se através de todas as contradições de uma gênese atormentada, enquanto componente necessário de qualquer forma estética ou técnica. Constitui, pois, um fator essencial da vida cotidiana, embora seu próprio sucesso tenha engendrado esta crise. Seu princípio básico estabelece que os objetos devem ser rigorosamente determinados por sua função. Introduz uma idéia de rigor, de disciplina, e por esta via, de ascetismo [...]. Uma de suas conseqüências traduz-se pela luta sistemática contra toda e qualquer irracionalidade, contra tudo que parece excrescente à função, inclusive a decoração.”(MOLES, 1994, p. 167)
o kitsch é um componente importante na satisfação de desejos e na construção de um ideal de felicidade. É no espaço doméstico, segundo Moles (1994, p. 189), que o indivíduo pode “constituir seu micro-universo, a concha personalizada onde passa a maior parte de sua vida independente e sobre a qual exerce seu império: seu apartamento”.
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