Profª Fabiane Lima
fabianelim@gmail.com
Com base no template disponível neste link, escolha um/a designer brasileiro/a modernista (apresentados em aula ou outros), elabore um pequeno texto a respeito dele/a e crie uma composição visual retratando-o/a e ao seu trabalho.
NIEMEYER, Lucy. "Os anos dourados". In: Design no Brasil: Origens e Instalação. Série Design. Rio de Janeiro: 2AB, 2007. p. 53 a 59. Disponível neste link.
Sob os governos Vargas (1951-1954) e Kubitscheck (1956-1961), o país experimentava uma febre de modernização e renovação de valores e costumes.
TV Tupi: até 1960, apenas 10% dos brasileiros tinham aparelho televisor em casa. Em 1970, 40% tinha televisão.
Pela primeira vez na história, os lucros da produção industrial superavam os da produção agrícola. Nessa época, houve uma expansão do parque industrial brasileiro, intensa urbanização, obras de infra-estrutura e abertura da economia ao capital estrangeiro.
Importação da filosofia de consumo do American Way of Life em um país que ainda era essencialmente agrícola, apesar de tudo.
Propaganda dos eletrodomésticos Arno
A ESDI foi a primeira escola de design de nível superior da América Latina. Houveram tentativas anteriores de se implantar uma escola dessas no país, mas sem sucesso.
O curso, que era vinculado do departamento de Teoria e História da Arte, durou três anos. Contava com a colaboração de Max Bill, e tinha como professores nomes como Pietro Maria Bardi, Lina Bo Bardi e Lasar Segall. Currículo nos moldes de Bauhaus, com influência do Institute of Design de Chicago.
Escola privada de artes e decoração que formou profissionais em design, interiores, cenografia e fotografia. Inicialmente com o currículo voltado à decoração, em 1965 adota novos professores e inclui design de produto e comunicação visual no currículo.
Com plano de ensino e currículo montado por Tomás Maldonado em colaboração co Max Bill, a escola teve apoio do governo federal, mas não conseguiu se manter por muito tempo.
Primeiro curso regular de nível superior, o curso na FAU era vinculado à graduação em Arquitetura. Implantado por Vilanova Artigas, o curso abordava análise da forma, metodologia e desenvolvimento de projeto, e encerrava com um trabalho de conclusão de curso no último ano.
A primeira escola de design de nível superior da América Latina tratava-se de uma escola experimental subsidiada pelo estado. Buscava-se com a ESDI preencher uma lacuna de profissionais para atrair no projeto de produtos para a indústria que estava se formando no país.
A graduação na ESDI era dividida em dois momentos: um curso básico de dois anos e mais dois anos de especialização em Comunicação Visual ou Desenho Industrial.
O curso teve em seu quadro de professores Alexandre Wollner, Aloísio Magalhães, Renina Katz, Décio Pignatari, entre outros. Gui Bonsiepe e Tomás Maldonado lecionaram como professores convidados.
Em 1975, a escola foi incorporada à UERJ e deixou de ser uma escola autônoma.
Pavilhão de exposições da ESDI
Até fins dos anos 1950, o Brasil ainda vivia sua primeira onda de industrialização. A cultura empresarial ainda não se interessava por investimentos na criação de produtos ou comunicação. Nessa época, marcas eram elaboradas por arquitetos e artistas plásticos.
Considerado o primeiro escritório de design do Brasil, teve como sócios Geraldo de Barros, Rubem Martins, Walter Macedo, Alexandre Wollner e Karl Heinz Bergmiller.
Grid construtivo da marca Coqueiro
Criou a primeiro sistema de identidade visual completo no Brasil para a Villares, empresa do setor de metalurgia. Tinha como sócios João Carlos Cauduro e Ludovico Martino, formados pelo curo da FAU-USP.
Nascido em 1928, Alexandre Wollner estudou no Instituto de Arte Contemporânea do MASP e na Escola de Ulm na Alemanha entre 1953 e 1958. Foi professor da ESDI e projeta identidades visuais.
Formado em Direito pela UFPE em 1950, Aloisio Magalhães chegou ao design através das artes plásticas. Em 1960 muda-se para o Rio de Janeiro, depois de uma temporada nos EUA atuando em comunicação visual. Trabalhou com design editorial e lecionou na ESDI.
Artista plástica, atuou como designer projetando marcas, design de frotas e embalagens. Pensava o design como uma forma de democratização da arte.
Revista Módulo: fundada por Oscar Niemeyer em 1955, foi a principal revista de arquitetura do país na época. Duramente perseguida pela ditadura militar, teve sua sede saqueada em 1965 e só voltou a circular dez anos depois.
Revista Senhor: de curta vida — 1959 a 1964 —, a revista contava com nomes como Clarice Lispector e João Guimarães Rosa entre seus colunistas.
Lúcio Costa [1902-1998] e Niemeyer [1907-2012]: figuras chave no desenvolvimento da arquitetura moderna no Brasil.
Joaquim Tenreiro [1906-1992]: português filho de marceneiro, abriu uma loja em Copacabana em 1947.
Lina Bo Bardi [1914-1992]: arquiteta modernista ítalo-brasileira. Sua obra mais famosa é o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Geraldo de Barros [1923-1998]: artista plástico, fotógrafo e designer, estudou na França e passou pela Suíça, onde conheceu Max Bill.
Vilanova Artigas [1915-1985]: apesar de nascido em Curitiba, é um dos grandes nomes da Escola Paulista. Em 1969 extraditou-se para o Uruguai devido à sua ligação com o PCB.
José Zanine Caldas [1918-2001]: arquiteto, designer e maquetista, nunca estudou formalmente. Criou a Móveis Z, com móveis recortados em compensado a preços acessíveis.
"O Brasil passava por um período de transição no qual havia que se criar as condições sociais para que a indústria firmasse posição como um importante setor de nossa economia, permitindo a modernização capitalista do país. Com isso, havia também a necessidade de afirmação de uma 'unidade nacional' através da valorização de nossas fontes históricas, étnicas e culturais"(NIEMEYER, 1998)
Ler o texto "Unilabor e Geraldo de Barros: política e design para superar a alienação do trabalho", disponível neste link.